Por João Rosa para o Especial Oscar 2018
Monstros e Guilhermo del Toro já viraram sinônimo de uma coisa só nas últimas duas décadas. Em seu último trabalho, o cineasta mexicano, muito conhecido pelos seus excelentes trabalhos em Labirinto do Fauno, Hellboy e O Hobbit, nos traz uma linda fábula de amor às telonas.
A Forma da Água, recordista de indicações no Oscar 2018 em 13 categorias, conta a história de Eliza Esposito, interpretada pela atriz Sally Hawkins. A intérprete, indicada ao prêmio de Melhor Atriz pela Academia, é funcionária do governo dos Estados Unidos em meio a Guerra Fria.
Vivendo uma vida pacata e morando numa espelunca localizada em cima de um cinema cheio de goteiras, Eliza, além de ser muda, não tem grandes obrigações na vida, exceto cozinhar seu ovo quando acorda no início da noite, se masturbar cotidianamente na banheira e rumar ao trabalho noturno. Lá ela lava chão e limpa pias de banheiros. Mas é neste lugar ultra secreto para os russos que ela também acaba conhecendo um ser que mudará completamente os rumos de sua existência.
Uma criatura esquisita, meio peixe, meio homem, que muito nos lembra O Monstro da Lagoa Negra, terror clássico dos anos 50, é trazida pelo Coronel Richard Strickland, chefe da segurança do local, interpretado pelo competente ator Michael Shannon – indicado ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante em 2017 pelo seu trabalho em Animais Noturnos. Ele é um homem um tanto quanto rude, amargo e conservador, que passa maltratar sua criatura trazida de um lago qualquer, o que deixa Eliza extremamente abalada.
A Forma da Água começa a desenvolver-se através desta afetividade que a funcionária começa ter pelo monstro, outrora mais hostil, agora mais sensível devido trocas constantes de carinho com Elisa, para desconfiança do Coronel.
Com uma música apenas impecável de Alexander Desplat, premiado em O Grande Hotel Budapeste, del Toro tem tudo para sair-se vencedor na categoria de Melhor Diretor e ter seu belo trabalho visto como uma obra-prima em Hollywood.
A Forma da Água ainda está em cartaz nos cinemas da região metropolitana de Porto Alegre e concorre nas categorias Melhor Filme, Diretor, Atriz, Atriz e Ator Coadjuvante, Trilha Sonora, Roteiro Original, Fotografia, Design de Produção, Figurino, Edição, Mixagem e Edição de Som.
Nota: 8.0
Deve vencer nas categorias: Melhor Diretor e Trilha Sonora.
João Rosa é jornalista e produtor cultural, tem 27 anos e é apaixonado por cinema. Em 2017, trabalhou na cobertura do Festival de Cinema em Gramado para o Culturíssima e agora assina uma série de textos especiais sobre os filmes indicados ao Oscar 2018. Leia AQUI os outros textos.
