Oscar 2018: Me Chame Pelo Seu Nome, indicado em quatro categorias

Por João Rosa para o Especial Oscar 2018

Pomares, lagos, bicicleta, livros, livros, livros e um fiel walkman. O cenário para um verão inesquecível está praticamente pronto. Praticamente. Afinal, falta um algo a mais para tudo se tornar memorável e que mudará os rumos de sua vida.

Me Chame Pelo Seu Nome é o mais novo trabalho do italiano Luca Guadagnino e conta a história de Elio, um jovem de 17 anos entediado com as férias e que na maior parte do tempo, na casa de campo da sua família na Itália, aprecia ler bons livros, tocar piano e escutar e traduzir músicas. Porém tudo muda com a chegada do típico norte-americano Oliver, um pesquisador amigo de seu pai.

Com uma instrumental lindíssima em boa parte da trilha e uma fotografia que realça a beleza do interior italiano, Me Chame Pelo Seu Nome é sensível e nos leva às descobertas do rapaz, que ainda não sabe se gosta mais do beijo de Marzia, sua amiga, ou se sente algo muito mais profundo por Oliver, que nos primeiros dias de hospedagem se mostra um pouco fechado, mas com o decorrer das semanas começa a dar pequenas insinuações do que realmente quer.

Por ser um homem mais maduro (e ele faz questão de deixar claro isso em bilhetes), o que nos leva a crer é que Oliver é quem deverá tomar uma atitude frente ao seu envolvimento diário com o garoto. Porém, é o franzino e desajeitado Elio quem se adianta na hora de mostrar seus sentimentos.

A química que os atores Timothée Chalamet e Armie Hammer , Elio e Oliver respectivamente, dão às cenas de carinho e de sexo, é tamanha que convencem e muito o espectador, bem como nos rumar ao ponto de que o filme não é simplesmente sobre um amor de verão, e sim de autodescoberta numa década de tantos preconceitos como foi a de 1980. Preconceito este que passa longe, principalmente, pelo professor Perlman, pai de Elio vivido por Michael Stuhbarg, que nos brinda com um monólogo tocante, no qual nos revela seu imenso amor e atenção com seu filho

Me Chame Pelo Seu Nome, que recentemente ganhou o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado pelo Sindicato dos Roteiristas, chega como um grande favorito a prêmios no Oscar 2018 e já está em cartaz em algumas salas da capital. Concorre a Melhor Filme, Ator, Roteiro Adaptado e Canção.

Nota: 8.0

Deve vencer na categoria: Melhor Roteiro Adaptado.

João Rosa é jornalista e produtor cultural, tem 27 anos e é apaixonado por cinema. Em 2017, trabalhou na cobertura do Festival de Cinema em Gramado para o Culturíssima e agora assina uma série de textos especiais sobre os filmes indicados ao Oscar 2018. Leia AQUI os outros textos.

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