Resenha: Divertida Mente

divertida mente

Luiz Paulo Teló

Fazia tempo que a Pixar não entregava ao público um projeto realmente empolgante e inovador – aspectos que tornaram-se a marca do estúdio – como Divertida Mente. O último talvez tenha sido o belíssimo Wall-E (2008). Nesse período ainda tivemos os bons Up – Altas Aventuras (2009) e Valente (2012), além das sequência de filmes já consagrados, que não traziam nenhuma grande novidade: Toy Story 3 (2010), Carros 2 (2011) e Universidade Monstro (2013).

Depois de não lançar nada em 2014, finalmente em 2015 chega aos cinemas Divertida Mente, dirigido por Pete Docter e produzido por Jonas Rivera. Um projeto absolutamente ousado, que busca para o universo infantil a complexidade do funcionamento da mente humana. De maneira lúdica e inteligente, somos transportados para dentro da cabeça da jovem Riley, uma menina de 11 anos que passa por uma traumática mudança de cidade.

O filme oscila entre a central de funcionamento, dentro da mente de Riley, e o mundo externo. É de uma perspicácia absurda a maneira encontrada por Docter e sua equipe de roteiristas para que estes dois mundos interajam. Dentro da central, cinco emoções comandam as reações da menina: Alegria (voz de Amy Poehler no original e de Miá Mello no Brasil), Tristeza (Phyllis Smith/Katiuscia Canoro), Medo (Bill Hader/Otaviano Costa), Nojo (Mindy Kaling/Dani Calabresa) e Raiva (Lewis Black/Léo Jaime).

A personificação dessas emoções, através de cores, biotipo, trejeitos e personalidade, aproxima o público infantil de uma narrativa que não é das mais leves. A verdade é que Divertida Mente trata, principalmente, de uma menina que está entrando em um quadro de depressão.

Mas o ponto alto do filme é a solução encontrada para apresentar uma engrenagem de funcionamento da mente crível, mas absolutamente lúdica. Está tudo lá: como são feitos os sonhos, como é moldada uma personalidade, como armazenamos e descartamos memórias, como nos irritamos, como ficamos tristes, etc. Outra sacada genial é o funcionamento da mente dos adultos que, nas poucas vezes que aparece, mostra uma dinâmica completamente diferente da Riley, uma menina que, afinal, só tem 11 anos. Se na garota quem comanda as emoções é a personagem Alegria, no pai, por exemplo, o chefe é a Raiva.

Divertida Mente é uma experiência notável, não apenas para crianças, mas fundamentalmente para adultos, que se emocionarão em várias passagens. A familiaridade das diversas situações vividas pela protagonista, que em momento ou outro já passamos na infância e na juventude, torna tudo mais próximo, mais real e mais divertido. Um verdadeiro presente da Pixar.

Cotação: 9

Ficha Técnica

Gênero: Animação
Duração:  102 min.
Origem: EUA
Direção: Pete Docter
Roteiro: Josh Cooley, Meg LeFauve, Pete Docter
Distribuidora:  Disney
Estúdio: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Censura: Livre
Ano: 2015

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Um Comentário

  1. A primeira vez a gente não esquece.

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