Resenha: Poltergeist – O Fenômeno

poltergeist-(2015)

Luiz Paulo Teló

Sem entrar em uma discussão mais complexa sobre o que é arte ou o que não é arte: entendo que a função primordial da arte é causar sensações. Nesse mesmo raciocínio, sempre espero que o objetivo maior de um filme de terror seja causar a sensação de medo. Em segundo plano, as sensações de desconforto, aflição, enjoo, etc. No reboot de Poltergeist – O Fenômeno, que tem o original lançado em 1982, dirigido por Tobe Hooper e produzido por Steven Spielberg e agora é relançado sob a direção de Gil Kenan e produção de Sam Raimi, causar medo no espectador não é prioridade.

Se ele não leva o espectador a ter medo no decorrer da trama, você vai pensar, ele ao menos usa o velho e bom recurso do susto, com entidades e vultos e bonecos de palhaço surgindo do fundo escuro enquanto a trilha sonora sobe de repente. Nem tanto. Gil Kenan e o roteirista David Lindsay-Abaire se mostraram mais preocupados com efeitos visuais e acontecimentos fantásticos em demasia, do que com uma trama convincente.

Empilhando clichê sobre mais clichê, Poltergeist – O Fenômeno nos apresenta a uma família que passa por uma crise financeira e precisa se mudar para um bairro mais afastado e comprar uma casa que caiba no orçamento atual. Nesse sentido, o contexto do filme é similar ao de 1982, que retratava um depressão pós anos 70 e uma espécie de desencanto com o sonho americano. Na versão 2015, ecoa a crise financeira global que explode a partir dos empréstimos hipotecários nos EUA.

A casa nova é assombrada por um poltergeist, que é um espírito que age para fazer o mal. Na verdade, o bairro é construído sobre um cemitério, portanto são vários espíritos. Mas a pergunta que fica é: qual o sentido de pegar um clássico do terror, filmado nos anos 80, e transformá-lo em um filme absolutamente comum em 2015? A nova versão de Poltergeist – O Fenômeno obviamente apresente efeitos muito superiores ao primeiro filme, mas não aproveita disso para trazer novidades. Tudo continua girando em torno da televisão e da filha mais nova da família. Mais de 30 anos depois, há uma infinidade de outras telas e outros eletrodomésticos que poderiam ter sido melhor utilizados, por exemplo.

reboot de Poltergeist – O Fenômeno não funcionou na sua intenção de atualizar um clássico, não funcionou como filme de terror que causa medo. Além de atuações nada mais que razoáveis, os personagens não têm nenhum carisma e, o que ajuda com que a trama não seja convincente, pois os acontecimentos espetaculares de luzes, explosões, gritos e até uma uma árvore balançando uma criança no meio da rua, nada disso chama a atenção de um vizinho sequer.

Cotação: 6

Ficha Técnica

Gênero: Terror
Duração:  94 min.
Origem: EUA
Direção: Gil Kenan
Roteiro: David Lindsay-Abaires
Distribuidora: Fox Film
Censura: 12 anos
Ano: 2015

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