Resenha | Star Wars: O Despertar da Força

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Dyeison Martins

Star Wars: O Despertar da Força chegou aos cinemas nessa quinta-feira, 17, carregando o peso de ser o novo representante de uma das primeiras e mais importantes franquias do cinema. E, para a surpresa de muitos, consegue entregar um filme que atendeu às expectativas dos fãs e do público em geral.

Alguns chegaram ao ponto de chamá-lo de remake, devido às semelhanças entre este filme e o primeiro Star Wars, de 1977. Certamente as semelhanças saltam aos olhos, principalmente a estrutura da história que segue o mesmo padrão do filme original, e é possível traçar diversos paralelos, como o jovem no deserto de origem misteriosa (hoje Rey, no passado Luke), a figura do mestre que explicará o mundo aos jovens, a dupla de vilões, formada por uma figura militar e outra mais mística. O filme de J.J. Abrams relembra e saúda o universo criado por George Lucas, mas também abre portas para o reinício da franquia.

Aqueles que nunca viram nenhum filme de Star Wars não encontrarão nenhuma dificuldade em assistir ao sétimo episódio da franquia. Todos os elementos necessários são explicados, ainda que de maneira breve. Já para aqueles que são fãs, ou pelo menos acompanharam os longas anteriores, será um trabalho mais complexo ligar todos os pontos faltantes entre como terminou O Retorno de Jedi, de 1983, e como começa O Despertar da Força.

Talvez um dos grandes problemas do filme seja justamente ausências de mais explicações. Em cerca de 30 anos entre Star Wars: O Despertar da Força e a trilogia clássica, acabou o Império e surgiu a “Primeira Ordem”, provavelmente dos restos do anterior. Quem são eles, o que querem, quem é o “Líder Supremo” são perguntas sem resposta. Todas as menções ao passado são feitas como se fosse algo arcaico, não eventos de um passado recente. Mesmo tentando apresentar esse mundo de acordo com a visão dos jovens protagonistas, às vezes os eventos parecem apressados demais, faltando explicações mais consistentes das motivações dos eventos que assistimos. Provavelmente isso foi deixado de lado para preencher os episódios VIII e IX.

O trabalho do jovem elenco é de muita qualidade. Daisy Ridley (Rey) e John Boyega (Finn) fazem boa atuação, alternando bem os momentos entre humor e drama, tornando os personagens muito convincentes. Adam Drive (Kylo Ren), porém, tem mais dificuldades em tornar seu personagem uma figura ameaçadora e dramática, mas acredito que esse tratamento será melhorado mais para frente.

Entre os coadjuvantes encontramos Harrison Ford (Han Solo) fazendo seu clássico personagem malandro e charmoso, mas agora com um quê ranzinza quase indulgente. Oscar Isaac (Poe Dameron) infelizmente aparece pouco, mas rouba a cena com seu piloto audacioso e engraçado.

Em um momento em que o cinema está tão imerso aos efeitos computadorizados, chega a ser um alívio um filme que volta a usar cenários reais e efeitos práticos. As armas e naves são sujas, têm marcas de uso e os alienígenas voltaram a ser pessoas usando roupas de borracha. Isso pode parecer pouco, mas acaba tornando o filme mais “real”.

Claro que existem efeitos digitais, e eles são impressionantes. As batalhas entre naves são de tirar o fôlego, os giros, tiros, as miras travando… O nome do filme é Star Wars, afinal de contas.

Star Wars: O Despertar da Força é um grande filme. É cheio de ação, engraçado e divertido. É daqueles filmes para a família, que você pode assistir com seus filhos ou seus pais. Ele resgata as qualidades da primeira trilogia em uma nova roupagem, para os jovens dessa geração. Vale a pena assistir, mesmo que você não o seja.

Cotação: 9

Ficha Técnica

Gênero: Aventura / Ficção Científica
Duração:  136 min.
Origem: EUA
Direção: J.J. Abrams
Roteiro: J.J. Abrams, Lawrence Kasdan, Michael Arndt
Produção: Bryan Burk, J.J. Abrams, Kathleen Kennedy
Fotografia: Daniel Mindel
Trilha Sonora: John Williams
Distribuidora:  Disney
Estúdio: Bad Robot / Lucasfilm Ltd
Censura: 12 anos
Ano: 2015

Trailer

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