Resenhas Oscar 2019 | Vice

Christian Bale concorre ao Oscar de melhor ator com “Vice”

Por João Rosa para o Especial Oscar 2019

11 de setembro de 2001. A data já fala por si só e nem precisamos explicar e ilustrar nada por aqui, afinal uma cidade, um país e o mundo estavam em choque com o que aconteceu naquela manhã. No entanto, um homem mantinha um certo equilíbrio em meio ao caos vivido no dia que mudaria definitivamente o rumo da história. Esse homem era Dick Cheney, vice-presidente dos Estados Unidos, vivido de forma brilhante por Christian Bale (A Grande Aposta).

Vice, de Adam McKay (A Grande Aposta), é um filme, no mínimo, bem conduzido e um tanto didático. Ao longo da trama, podemos conhecer um pouco sobre a trajetória de um senhor detentor de cabelos brancos e um pouco acima do peso, que foi o braço direito (para não dizer a cabeça) de George W. Bush, o 43º presidente da nação mais poderosa do mundo.

O longa, concorrente a oito estatuetas no Oscar 2019, narra do início ao fim a ascensão de Cheney (Bale) rumo até a Casa Branca com muito humor, deboche e uma forma documental parecida com o último trabalho de McKay, que retratou a crise imobiliária de 2008 que assolou os norte-americanos.

Com atuações de luxo, como a de Steve Carell, que interpreta Donald Rumsfeld, o filme também consagra outros dois intérpretes acima da média: Amy Adams (A Chegada) e Sam Rockwell (Três Anúncios Para Um Crime), que dão vida a segunda-dama dos Estados Unidos Lynne Cheney e a Bush filho, respectivamente.

Já Christian Bale, após concorrer ao Oscar de Melhor Ator em Trapaça e ter disputado a outros três como Melhor Ator Coadjuvante, tendo sido premiado com o filme O Vencedor, parece realmente estar prontinho da Silva para ganhar o prêmio máximo do cinema a um artista. Ele concorre a Melhor Ator não só pela excelente atuação, mas também porque engordou cerca de 18 quilos (!) a fim de dar vida ao vice-presidente mais influente e sem coração (spoiler) da história estadunidense.

Vice usa e abusa de analogias, referências, jocosidade, críticas e excelentes atuações, além de mostrar ser um filme absolutamente bem produzido e montado, que relata de uma forma muito bem trabalhada os bastidores da política americana com uma pitada da série House of Cards, o que torna todos os conchavos e alianças ainda mais assustadores, mesmo que narrados com tom cômico.

Nota: 7.8

Concorre nas categorias: Melhor Filme, Diretor, Ator, Atriz e Ator Coadjuvante, Roteiro Original, Edição, Cabelo e Maquiagem.

Prováveis estatuetas: Melhor Ator, Edição e Cabelo e Maquiagem.

João Rosa é jornalista e produtor cultural, tem 28 anos e é apaixonado por cinema. Em 2017, trabalhou na cobertura do Festival de Cinema em Gramado para o Culturíssima e novamente assina a série de textos especiais sobre os filmes indicados ao Oscar 2019.

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