Entrevista | Oscar Simch e a volta de Homens de Perto

Oscar Simch crédito divulgação

Luiz Paulo Teló

Sucesso absoluto nos palcos gaúchos, a peça Homens de Perto está de volta, em sua terceira versão. Mas, naturalmente, não foi só disso que tratamos no longo papo que tivemos com o ator Oscar Simch nesta última semana. Com sua voz radiofonica e simpatia características, Oscar contou dos tempos do clássico programa infantil Pandorga, da TVE-RS, e também se colocou em defesa da televisão pública, mostrando descontentamento com maneira que a atual gestão do governo estadual está conduzindo a Fundação Piratini.

O fato é que Homens de Perto “Desgovernados” faz sua temporada de estreia no Theatro São Pedro, de 15 a 19 de junho (de quarta a sexta às 21h, sábado às 20h e domingo às 18h). Há 13 anos, Oscar divide o palco com Rogério Beretta e Zé Victor Castiel, sempre (e mais um vez), com direção de Néstor Monastério e com textos de Artur José Pinto. Como o nome sugere, entre as novas cenas, o trio coloca na pauta o atual momento político do Brasil. “Pra gente ter uma chance de falar sobre isso também, sobre esses acontecimentos tão fundamentais que estão rolando aí”, contou Simch.

Ingressos antecipados estão à venda na bilheteria do teatro (Av. Praça Mal. Deodoro SN- Centro Histórico) ou pelo  www.compreingressos.com.

Culturíssima: O que o público pode esperar desse terceiro terceiros Homens de Perto?

Oscar Simch: Com certeza absoluta aquilo que ele mais espera, que é humor, rir e dar gargalhada, que é a nossa especialidade. Esse terceiro é um híbrido. Ele ainda trabalha com algumas coisas que tínhamos nos espetáculos anteriores. Tiramos tudo de melhor que havia e trouxemos pra cá, com cenas novas, escritas pelo nosso parceiro Artur José Pinto, dirigidas pelo nosso também parceiro Néstor Monastério. Na verdade são cinco Homens de Perto. Uma turma que está aí há 14 ou 15 anos já! E essas cenas novas quisemos trazer para os dias de hoje, com a realidade do Brasil, para brincar, esculhambar, criticar, e por isso inclusive o nome do espetáculo é Desgovernados. Pra gente ter uma chance de falar sobre isso também, sobre esses acontecimentos tão fundamentais que estão rolando aí. Mas vamos falar da nossa maneira. Então tem uma cena maravilhosa, que acontece na Câmara Federal, com os deputados tendo um debate profícuo sobre as questões mais candentes da política brasileira. Entre outras coisas. É muito divertido! Tem os Homens de Perto bem velhos, reclamando de sua condição na velhice, as aposentadorias e etc. Tem muita música, dança, como sempre teve. É o melhor do melhor.

Muitos artistas têm se posicionado em relação à atual disputa política no país, e ao mesmo tempo tem enfrentado muitas críticas, e até boicote por parte do público que está de um ou de outro lado. Vocês não temem que algo assim possa acontecer?

É normal. Acho que pode acontecer, sim. E a gente coloca de forma descarada, sem nenhum prurido. A pessoa que for reclamar no ato, vai ter que ter coragem. Mas acho que está certo que as pessoas se posicionem. Sou legalista, entendo que o que aconteceu foi um golpe de estado, de tapetão, um golpe parlamentar. Sou pela volta da Dilma, eu a elegi junto com o voto de 54 milhões de pessoas e quero que ela termine o seu mandato. Bom ou ruim, não importa, tirar o presidente não é o remédio. Tem que dar condições para a pessoa governar, até porque ela sofreu uma sabotagem muito violenta do congresso. Bem, mas não quero também ficar falando disso, que é um dos assuntos que a gente aborda na peça, entre outras coisas. Tem uma cena que trouxemos lá do primeiro, que está muito atual, e que na época soava um pouco agressivo e hoje ficou tão perfeita. É a cena dos generais de pijama, os milicos que já estão aposentados, e ficam falando sobre os tempos, como poderia ser hoje e tal. Era uma cena de 2003, que soava nostálgica. Hoje não, infelizmente ficou muito atual. Falamos também sobre o ódio que se disseminou entre as pessoas. Temos uma canção que fala sobre isso, que é muito interessante. Aliás, tem uma outra parceira nossa, que está desde sempre, que é a Simone Raslan, a nossa diretora musical, nossa ensaiadora, preparadora vocal, arranjadora.

Você tem uma relação muita legal com a música. Essas canções são suas?

Faço muita música, mas não nos Homens de Perto. Aqui são canções que já existem, ou feitas pelo Néstor em parceria com a Simone. A minha relação com a música é outra coisa, bem diferente dos Homens de Perto. Estudei música durante muitos anos. Tenho um repertório de músicas minhas. Há uns três ou quatro anos até andei fazendo show, em barzinho e coisas assim. Mas agora está muito apertado para fazer show, não tem como, preciso botar pra fora esse negócio dos Homens de Perto. Mais tarde vou voltar nisso, na minha parte musical. No início do ano estreei um espetáculo meu, de teatro, chamado Bandejão, A Comédia com Carne a Mais. E vamos seguir carreira, estamos agora no FAC [Fundo de Apoio à Cultura], para circular pelo interior do estado, junto com meus amigos Cintia Ferrer e Jones Calisto, mais uma equipe maravilhosa.

Então, tem um monte coisa. Agora, em relação ao Homens de Perto, que vai estrear logo, eu estava sentindo falta de fazer. A gente tinha dado uma parada, parada estratégica, em que não estávamos fazendo nenhum show. O Homens de Perto 1 paramos de fazer há muito tempo, porque é de um outro tempo, éramos de uma outra geração, bem mais jovens, com mais fôlego para fazer. Tinha mais de duas horas. Hoje não tem como. Nem o público também não está interessado em espetáculos muito longos. Sabe como é, o teatro tem sua importância, é bacana, mas ele está ali junto com a pizza depois e etc. Temos também que nos adequar ao gosto do público. Homens de Perto tem esse pioneirismo, de fazer esse grande espetáculo comercial, com alta qualidade, o que não tinha muito no Rio Grande do Sul. Tinha espetáculos de alta qualidade, de grandes autores, grandes diretores, mas esse teatro comercial, que se preocupa em apresentar coisas que o público queira ver naquele momento, que tenha preocupação com o conforto, qualidade de som, das imagens e essas coisas todas, que parecem tão “batatinha frita com o filé”, mas são super importantes.

(foto: Vitório Beretta)

(foto: Vitório Beretta)

Vocês fizeram muitíssimas temporadas no Teatro da Amrigs. Agora estão retornando no São Pedro. Tem um gosto especial estar nesta casa?

Claro, toda a vida. É um teatro histórico, para toda a comunidade cultural do Rio Grande do Sul, e até do Brasil. Se tu chegar lá, vai ver a plaquinha com todos os grandes artistas que ali estiveram, desde que ele foi inaugurado, em meados do século 19. E depois que foi modernizado, além de ser um belo prédio histórico, também passou a ser um belo prédio funcional. Ele tem as melhores características de um teatro moderno. O desenho dele ainda é aquele mais antigo, mas tudo bem, isso não se pode mexer, e faz parte da característica histórica dele. É bom demais trabalhar lá, tem conforto para os artistas e para o público, e isso é super importante. Muitos lugares tem conforto para o público e não para os artistas, outros para os artistas e não para o público. Outros não têm conforto nenhum. E o Theatro São Pedro contempla a todos, é bonito, é histórico, é gostoso de ficar lá dentro, os camarins são lindos. E é um teatro que tem o seu público. Há uma certa camada da classe média intelectualizada que gosta de ir ao Theatro São Pedro, e isso é importante. Um teatro que tem o seu próprio público é super importante para quem está fazendo o espetáculo. Sabe que pode contar com uma boa parcela de público. O São Pedro tem essa mística, de ser uma coisa bonita, histórica, importante. Toda vez que se vai ao Theatro São Pedro, a coisa fica mais importante, ganha relevância.

A peça sempre foi um sucesso de público aqui no RS. Vocês chegaram a sair do estado com esse espetáculo?

Pouca coisa fora do estado. Estivemos em Santa Catarina, alguns lugares. Estivemos em São Paulo, com shows corporativos. Fizemos no nordeste, e tenho a impressão que lá os caras não  entenderam absolutamente nada. Que engraçado isso. O Brasil é um país muito grande, a gente não tem ideia de quanto é grande, e o quanto essa grandeza influencia nos diversos pontos culturais, de hábitos, costumes, idiossincrasias, sotaques, tudo muda! Até mesmo no nordeste, não há uma uniformidade. E nós encontramos um pouco de dificuldade lá, esperávamos determinado tipo de reação, que sabemos que deveria ter, mas não rolava! Bem, fizemos um ou dois espetáculos. Acho que tem uma coisa muito forte da linguagem do Rio Grande do Sul nos Homens de Perto.

O espetáculo estréia agora em curta temporada. Mas a ideia é ter outros shows daqui pra frente?

A nossa ideia é fazer o lançamento do espetáculo, que é importante do ponto de vista de estratégia de marketing, como no lançamento de qualquer produto. Nesses cinco dias no São Pedro, vamos lançá-lo pro mundo. A partir daí, vamos organizar calendários de pequenas temporadas. Até já fizemos outras temporadas longas, mas não dá para fazer mais, é extremamente cansativo e custa caro. Mas a ideia inicial agora é fazer ele pelo menos um ano. Daí pra diante.

Você, o Beretta e o Zé Victor se conhecem há muito tempo. Como que a peça nasceu lá no início dos anos 2000?

O Zé Victor e o Néstor eu conheço desde os anos 80. Já tínhamos trabalhado juntos, em outras ocasiões. Depois cada um foi para um lado, foi fazer suas coisas, e só voltei a encontrar com eles nos anos 2000. E o Beretta eu conhecia um pouco antes da peça. Ele morava na Espanha, fez toda a formação acadêmica dele lá. Acho que foi no final dos anos 90 que conheci o Beretta. Ele fazia espetáculos com o Néstor, e quando eu e o Zé resolvemos montar uma peça, o Néstor teve a idéia: “Vamos fazer um espetáculo  em que a linguagem é calcada em cima de vocês, atores. Tem um ator que trabalha comigo, o Rogério Beretta, que tem uma coisa do clown muito forte, vamos trazer, experimentar”. E foi aí que a gente se juntou. A gente ficou ensaiando quase um ano. Não tínhamos nada. Então nos reuníamos, e íamos conversando, chamamos o Artur Pinto e cada um trazia suas idéias. Estava muito forte naquela época espetáculos falando de mulheres e da condição feminina de uma forma bem humorada. E nós pensamos em fazer um espetáculo que falasse da condição masculina. Começamos com esse tema nos ensaios, só que  não rendeu a história. Mas o nome veio daí. E aquilo foi evoluindo para outras coisas, o texto foi aparecendo, a gente improvisando. Foi um processo demorado. E valeu a pena. Estreamos super bem, sem produção, sem nada, a gente só tinha uma bala na agulha, era aquela ou já era [risos]. No primeiro dia só tinha os amigos, no outro dia já tinha um monte de gente na plateia, e no terceiro dia mais um monte. Opa! Acho que as pessoas estão gostando, está funcionando. Aí foi, não parou mais.

No Porto Verão Alegre deste ano você estreou o espetáculo Bandejão, atuando, escrevendo e dirigindo. Desde de o final dos anos 90 que você não dirigia. Como foi esse retorno?

Eu estava escrevendo, em uma época em que estávamos pensando em fazer um novo Homens de Perto. Aí estava todo mundo com suas atividades, meio assim e tal. Aí eu disse que ia começar a pensar nos assuntos e logo comecei a escrever. Então começou a sair cenas, com historinhas, personagens, tudo! E a gente lia e se divertia. Era um monte de cenas! Os caras leram e disseram que não era muito o perfil dos Homens de Perto. Não sei bem como é esse perfil, mas acho que é o do confronto, da palavra aberta ali, jogada no jogo que vem junto com a plateia. E aqueles textos eram um pouco mais convencionais. Eu estava com um cadernão cheio de textos, e meus colegas me alertaram para o material que tinha ali: “Pode os Homens de Perto não usar isso, mas tu pode montar um outro espetáculo”. Aí fui fazendo, pegando os textos, aprimorando, selecionando e escrevi essa peça. São cenas independentes, mas que formam um conjunto. Por isso o nome, com várias cenas como se fosse servir várias coisas dentro de uma bandeja, que são coisas diferentes mas tu come como uma refeição. E também queria que fosse uma coisa popular. Consegui produzir dentro do Porto Verão, o que é excelente, porque é um apoio, pois é difícil fazer um espetáculo, ainda é complicado hoje em dia. É caro, complicado, dá muito trabalho, e tendo um evento como o Porto Verão, para ter mídia, para que as pessoas saibam que tu exista, para ter teatro, tendo esse evento, facilita.

Teve um outro aspecto marcante e recente, que foi a nova temporada do programa Pandorga, que inclusive foi veiculada nacionalmente. Teve algum tipo de preocupação com o conteúdo, pelo fato de não ser veiculado apenas para público gaúcho?

A gente abriu um pouco a linguagem, embora não quiséssemos abrir demais para não perder as características próprias do programa, que nasceu e se criou aqui. Ele tinha que ter um pouco da nossa linguagem do sul do país. Esse país é grande, se tu for uniformizar tudo, fica tudo um leite pasteurizado, e não era essa a ideia. Então dentro do programa, na própria história, a gente coloca outros personagens que vêm de outros lugares do país, para viver aqui, e trazem a sua linguagem, seus usos e costumes, mostrando bem a diferença dos lugares. Uma pessoa que vem de Manaus para Porto Alegre. Olha a distância!

Em 2012, 2013, a TV Brasil adquiriu o Pandorga e produziu essa nova temporada, dentro da TVE de Porto Alegre. Ela colocou inclusive equipamentos, que na época não tínhamos. Hoje tem, mas na época não tínhamos. Nos deram duas câmeras HD, produção, pós-produção, tudo bacana. Então no ar você vê a qualidade, um visual que a TVE naquela época não tinha possibilidade de oferecer. Foi um upgrade dentro do Pandorga, que sempre foi um programa com uma linguagem muito artesanal, pela própria condição técnica que a TVE tinha, mas ele tinha um fio condutor, que foi pensado e gerenciado pela Maria Inês Falcão, que era a diretora do programa e trouxe isso desde os anos 80. Mesmo com toda essa produção, aquele fio condutor, aquela linha de caráter e integridade, continuou, e quando se juntou com uma grande produção, fez o programa ser muito bom, muito bonito e ter um conteúdo tão forte.

Ao lado de Maria Inês Falcão, no papel do apresentador Carlos @, do programa Pandorga.

Ao lado de Maria Inês Falcão, no papel do apresentador Carlos @, do programa Pandorga.

Quando o programa foi criado, no final da década de 80, a intenção era ser completamente diferente daquilo que era produzido para as crianças nas grandes emissoras. Passados todos esses anos, essa programação infantil melhorou?

Na TV aberta não. E vou te dizer mais, na TV aberta ela vem definhando, porque os grandes produtores passaram as produções para a TV a cabo. A soma da maior parte dos programas infantis passou para canais segmentados. O que ficou aberto é quase um rebutalho. Tu ainda vê aqueles desenhos animados antigos, tipo Pica-Pau, tem o Chaves, e não estou falando da qualidade, mas são coisas muito antigas, repetitivas. O problema da TV aberta, e era a preocupação da Maria Inês, é que a programação funcionava só como uma vitrinizinha de passa-tempo entre os comerciais que vendiam produtos para as crianças. Era, na verdade, um super mercado de vendas. Isso minava o conteúdo, contaminava o conteúdo infantil, e a Maria Inês queria se ver livre disso. Na TVE, uma emissora estatal, ela quis aproveitar para fazer aquele conteúdo completamente desvinculado do consumismo do simples comprar, comer, vender. Trazer um universo infantil, e não que fosse ingênuo, nunca foi ingênuo, até porque as histórias não eram ingênuas. Elas tinham conteúdo do dia-a-dia, calcado na identidade das crianças, no relacionamento dos pais, no convívio escolar, no relacionamento das crianças entre si, tinha um conteúdo psicopedagógico forte. Havia aconselhamento com profissionais da área, e a própria Maria Inês é pedagoga. Então tinha uma condução muito forte nesse sentido. E esse conteúdo psicopedagógico não interferia na ludicidade do programa, porque não pode também ficar uma coisa didática e xarope. Tinha um equilíbrio muito legal.  E ajudei a Maria Inês também, porque sempre tive experiência com teatro infantil, e trabalhei em programas infantis antes, como o X-Tudo e Lá Vem História. Claro, dentro do programa Pandorga passou muita gente. São quase 30 anos de história, que agora, infelizmente, está meio travado. A TVE está travada, nem sei o que vai acontecer com ela com esse governo que está aí. Eu mesmo não estou mais trabalhando lá.

Está acompanhando a mobilização dos servidores da Fundação Piratini? Qual a importância de defender a TV pública?

Estou acompanhando, mas de fora. Fui defenestrado da TV por achar que o trabalho de produção local infantil não é relevante para os novos concessionários da empresa. Acho a TV pública super importante. Deve haver o contraponto entre uma televisão que não tenha que disputar o mercado privado, com sua avalanche de comerciais e todas as peripécias que uma TV aberta comercial normal precisa ter. Ela é calcada pelo patrocínio, então a programação toda é voltada para a colheita de patrocínios. Na televisão aberta não se diz uma letra do alfabeto que não tenha um patrocinador. Isso é um problema. Bem, mas é uma condição natural do mercado, não vai mudar agora. Uma TV pública, tem outros tipos de obrigação. Tem que ter uma informação isenta, não pode ser comprada pelo patrocinador, a programação precisa contemplar diversos tipos de públicos, dialogar com públicos que a TV aberta não dialoga, inclusive o próprio público infantil. São muitas coisas relevantes para a manutenção e para a filosofia de um televisão pública. Sou partidário da existência da TV pública, acho que tem que ter, é um contraponto importante em uma sociedade que se diz democrática. Ou então tem só uma opinião hegemônica de uma mídia comercial! E aí, ninguém discute com aquilo, não há contradição? Acho que esse é um dos papeis da TV pública. Parece que querem que a Fundação Piratini deixe de ser pública. Na medida que for terceirizada, deixa de ser pública. Quem quer que venha a assumir o papel de mantenedor dessa emissora, vai querer vender os seus produtos, quaisquer que sejam, então ela deixa de ser isenta e deixa de ser pública. São questões complicadas, que já dá uma outra entrevista, só com esse assunto.

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