Helio Flanders: “Parece que recuperei uma certa dignidade que nunca havia perdido”

20160301_HelioFlanders_PhCarolinaVianna_006

(foto: Carolina Vianna) | Ensaio para o projeto Três por Quatro.

Na última semana, Helio Flanders passou alguns dias em Porto Alegre. Apresentou seu álbum solo, Uma temporada fora de mim, em um show no aconchegante Café Fon Fon, e participou do clássico Sarau Elétrico no Ocidente. Minutos antes de ler os textos de Walt Whitman no mítico bar da esquina da Osvaldo Aranha, o vocalista do Vanguart sentou conosco em um canto escuro do lugar, onde a música não era tão alta, e falou sobre diversos assuntos, com a sinceridade e a clareza que lhe parece habitual.

Aos 31 anos, o cantor e compositor nos explicou que o disco solo é o retrato de um período pessoal bem específico, mas também uma resposta artística ao terceiro álbum do Vanguart, que trouxe canções mais leves, um lado que até então a banda não tinha explorado. Uma temporada fora de mim opta por uma estética mais obscura, que busca inspiração nos dramas do tango argentino. “Com esse disco, parece que recuperei uma certa dignidade que nunca havia perdido”, afirma.

No papo, além de falar sobre o atual momento da banda – que, segundo ele, nunca esteve tão bem -, Flanders explicou a sua relação com o sul e com o amigo gaúcho, que produziu com ele o disco solo, Arthur de Faria. “Tenho essa ligação muito forte com Porto Alegre, desde a primeira vez que vi o Wander Wildner, desde a primeira vez que vi o Frank Jorge, o Júpiter nem se fala, é um dos caras que mais me influenciou. Quando descobri o Vitor Ramil minha vida mudou, de novo. E as músicas do Arthur, as milongas dele, e aí a Dingo Bells, a Pública, enfim, mil coisas. Parecia que tudo o que mais me identificava, era daqui”, revelou.

Culturíssima: Hoje [no Sarau Elétrico] você vem para ler textos do Walt Whitman, que você gosta demais e tal. Mas alguém já pirou tanto a tua cabeça quanto o Bob Dylan, como na época em que o descobriu, na adolescência?

Helio Flanders: Sim. O Bob Dylan é muito inicial pra mim. Naquela fase, o Dylan foi mais importante, na fase seguinte o Walt Whitman foi mais, que é o cara que fica até hoje. Tenho lido muito poetas mulheres, acho que a fase atual é das poetas mulheres, mas o Walt Whitman ainda é um lugar em que foi muito importante pra mim, enquanto letrista, e enquanto humano mesmo, de entender a poesia como algo que não é luxuria, é algo necessário, como consumir música, pra gente sobreviver.

Mas engraçado, achei que você não ia falar o Dylan, ia falar sobre o Walt Whitman, que é a leitura de hoje, e que sempre comento nas entrevistas. De fato, quando descobri o Dylan, me lembro de imprimir os primeiros seis álbuns dele, e ler como se fosse poesia, livro, sem ouvir as músicas. Eu ouvia a música também, mas acho que muito mais li o Bob Dylan do que ouvi. Talvez tenha sido  o poeta que mais tive contato. Augusto dos Anjos, Walt Whitman e Bob Dylan. E o Dylan tem essa coisa da canção, do ritmo e tal.

E quando você compõe, vem  primeiro a letra, a poesia ou geralmente acontece a música e letra, tudo junto?

Não componho pensando em nada, é um processo muito intuitivo, mas geralmente a música vem junto. Geralmente vem até primeiro. Não digo primeiro, primeiro é errado dizer. Vem junto mesmo. Começo a tocar piano e falar palavras que vão ser a espinha dorsal da canção. Depois mexo um verso, ou outro, mas o tema da canção, o núcleo dela, já vem junto com a melodia. Com raras exceções, às vezes vem de um poema que tinha escrito e musiquei, outras ao contrário. Mas no geral, as canções que o público mais gosta e as que mais gostei de ter feito, e me orgulho, são canções que nasceram com a letra e a melodia juntas e que mexi muito pouco. Mas a palavra ainda é o principal. Posso ter uma super melodia e harmonia, se a palavra não for boa, descarto. E o contrário seria assim: “Putz, a melodia e a harmonia são mais ou menos, mas a letra é muito boa, então fica”. A palavra segue sendo o grande objetivo final.

Ano passado teve uma entrevista tua para o Estadão, foi a primeira falando sobre o disco solo. Ali você ainda estava descobrindo o próprio trabalho, a cada vez que ouvia. Que percepção você tem do disco hoje?

Era engraçado ali, porque foi uma entrevista um pouco desconfortável. É um cara que admiro muito, adoraria ser amigo dele, que é o Pedro Antunes, um cara que gosto muito do jeito que ele escreve. Ele estava me entrevistando e percebi que estava tentando achar alguma coisa meio pessoal que explicasse o disco. Algum período pessoal, algum momento, e meio que me defendi um pouco ali: “não vou falar”, sabe? Porque, de fato, nem isso estava claro pra mim. E acho que ele procurou isso porque parecia muito pessoa., O álbum é muito pessoal em algum sentido. E não dei isso pra ele na resposta, mas porque eu não tinha pra dar.

A minha percepção do álbum é que ele… Deixa eu pensar [risos]… Acho que foi o disco de um período. Isso é uma coisa que as pessoas pararam de fazer, até porque é inviável. Os discos dos artistas hoje geralmente são compilações, do que ele melhor produziu em um ou dois anos. Esse disco foi meio assim: “Preciso fazer um disco, se não vou morrer, então vamos fazer rápido”. Todas as canções, com exceção de uma, que é Major Luciana, que é de 2011, eram desse período de março a setembro de um ano, que compus e arranjei o disco todo. Romeo, que é minha parceria com o [Thiago] Pethit, veio nessa época também. Foi o disco muito de um período que eu estava sozinho. Tinha uma relação de vários anos com uma mulher, e me separei. Sem traumas, foi ótimo. Estava em um momento muito feliz, porque estava me reencontrando, mas muito doloroso, porque também às vezes a gente encontra o lado ruim da gente. E estava revendo esses fantasmas, que de fantasmas não têm nada, pelo contrário, está muito claro tudo pra mim. Então era meio, tipo assim: “Ah, nos encontramos de novo. E aí, como vai ser dessa vez? Como vou lidar com esse problema dessa vez?”. E quando lidava bem era ótimo, e quando lidava mal era ótimo também, porque faz parte do processo. Não teve muita crise nesse sentido.

Alguns momentos do disco, olho pra trás hoje, e me sinto um pouco tolo, de falar “ah, a solidão…”, e na verdade era mais uma falta de compreensão da solidão, do que propriamente algo ruim. Algumas canções eu mudaria hoje, outras não. Mas como um retrato do tempo, retrato de um período, acho super legal. Hoje eu sei mais sobre aquela música que estava tentando fazer, então, alguma parte musical me incomoda, daí faria diferente, mas a compreensão é de que: “Ah, foi foda aquela época, né?”. Foda de bom, foda de ruim. É isso.

A rotina no período de composição do disco

Para o público em geral, o vocal é muito forte como identidade de uma banda. Ainda no teu caso tem toda as coisas da composição. Com teu trabalho solo, você acha que atinge o público que gosta do Vanguart e também um público diferente?

Não sei. Acho que peguei uma fatia do público do Vanguart, de gente que consome uma música mais conceitual, mais artística. Mas de certa forma, ganhei um respeito e uma dignidade que nunca perdi. No Brasil, e em alguns lugares, no meio da arte, tem isso. Se você vende, faz uma espécie de sucesso, ou ganha reconhecimento, parece que você perde a sua dignidade. O que é uma grande bobagem. Com esse disco, parece que recuperei uma certa dignidade que nunca havia perdido. “Ah, agora ele fez um disco estranho, com umas músicas estranhas, deprimido, que não tem foto de divulgação. Agora então podemos respeitá-lo”. Tem esse ranço dos xiitas, como diria Dorival Caymmi, dos sambólogos, que acham que isso é um estudo [risos]. Então acho que recuperei um pouco essa dignidade que nunca tinha perdido, mas que não fez diferença alguma na minha vida. O que fez diferença mesmo foi a experiência de compor, de gravar, de tocar com esses músicos diferentes. Isso sim foi o mais louco da coisa.

Como foi o trabalho de produção ao lado do Arthur de Faria?

O Arthur é um cara bem importante em um aspecto da minha carreira, que é esse da música do sul, que tenho uma conexão muito forte. É até difícil falar sobre, porque é tão natural a nossa parceria. Em 2011 estive em Porto Alegre por uma semana, participei do Sarau Elétrico, fiz show com o  Vanguart, participei de um show do Arthur, inclusive estava o Vitor Ramil. Foi uma coisa muito especial mesmo. Desde aquela época já falei com ele que queria que me ajudasse a produzir um disco solo. Eu já queria gravar esse disco, estava estudando algumas coisas argentinas, trazendo umas coisas que até o Arthur não conhecia. A gente já estava brincando com essa coisa portenha, mas aí essa coisa foi se dissolvendo, o Vanguart começou a vir com tudo, e esse projeto meio que morreu. Em 2014, quando comecei a fazer o álbum solo, comecei a entender que a estética era do drama, do trágico. Aí falei: tango. Então foi natural chamar o Arthur. E eu já tinha conhecido dois músicos argentinos que foram muito importantes para entender a arregimentação que queria, que eram o Ignácio Varchausky no contrabaixo, e Martin Sued no bandoneon. Conheci eles através do Arthur, e foi uma maneira de fortalecer a relação com a própria música que eu estava fazendo com a música argentina. e para me ajudar, literalmente mesmo. Já tinha composto o álbum todo, exceto a última faixa, que é minha parceria com o Arthur, e já tinha levantado os arranjos, com a minha banda, com bateria, violoncelo e piano. O Arthur veio e deus uns toques legais, tipo: “solta o pedal nessa hora”, e umas coisas assim. Foi bem importante, mas o mais importante ainda foi tê-lo no estúdio, para me tranquilizar também. “Arthur, está chocando esse Lá com esse Fá”, aí ele:  “Foda-se”. Nossa, ufa, é assim que eu penso. Tem um limite a caretice acadêmica, só não pode ficar feio [risos]. Então foi importante para me tranquilizar, tanto que o disco é take 1 e take 2, zero overdubs. Fiz as vozes depois, mas o instrumental foi todo de uma vez, bem natural mesmo.

Como você disse, o álbum é o retrato de um momento. Mas de certa forma, ele é uma resposta artística tua ao terceiro disco do Vanguart, que tem aquele clima mais leve?

Sem dúvida, uma resposta pra mim. O terceiro disco do Vanguart foi algo muito interessante, porque cheguei para o Reginaldo [Lincoln, baixista e compositor], dizendo que não aguentava mais fazer música triste, não aguentava mais falar de morte, que estava morrendo junto. Ele nunca gostou de morte, quem sempre gostou fui eu [risos]. Ele disse beleza, e fomos compor uma. Aí comecei a escrever no modus operandi de sempre. Falei: cara, não aguento mais ficar fazendo metáfora, imagem, e o curso do rio, e blábláblá…Chega, vamos fazer uma linguagem direta, quero parar de fazer metáfora, quero falar o que as coisas são. Isso foi o maior desafio, o de não ser triste, como uma opção, porque é uma época em que estava tentando sair de um registro muito assim. Foi um grande desafio como compositor, mudar todo o jeito de escrever letra, mudar a zona de conforto de escrever música triste. Ele disse pra gente falar de amor, e eu: nem fudendo! Tem coisas muito mais legais que o amor, que são muito maiores que o amor. Ele perguntou o que, e eu disse que íamos descobrir. O disco parece um disco de amor, mas ele fala de uma coisa que eu classifiquei de transformação profunda. Imagina que você está em um momento da sua vida, e encontra uma pessoa, um poeta, uma música ou uma ocupação, que te transforma profundamente, e depois isso vai embora. Isso pra mim é a maior coisa que pode acontecer para uma pessoa, uma transformação. Seja uma mulher, seja um filho, seja um instrumento musical, uma arte que você descobre, ou uma vocação. E Muito Mais que o Amor pra mim é isso. Claro, ele foi compreendido como um disco de amor, e pra mim super ok, super legal também. Tenho muito orgulho do disco, adoro, acho que é o melhor Vanguart até hoje, mas eu precisava fazer outras coisas. Falo brincando que precisava ser triste de novo, não aguentava mais ser feliz. Aí esse disco solo veio a calhar, com uma liberdade que nunca havia tido no Vanguart, de poder imprimir outras coisas e poder tocar com outras pessoas. Foi bem bom nesse sentido.

Entre o primeiro e segundo disco da banda [2007 e 2011], vocês ganharam grande visibilidade e muito rápido. Até já li você falando sobre isso, que a banda meio que botou o pé no freio, não querendo crescer tanto. Hoje, qual o tamanho do Vanguart?

Está gostando da entrevista? Então venha comemorar um ano de Culturíssima conosco!

Não sei dizer o tamanho, mas nunca estivemos tão grande, em todos os sentidos. Por mais que seja uma banda média, nunca tivemos um público tão grande, nunca tivemos uma compreensão tão grande do que é o trabalho. Quando você tem três álbuns fica mais fácil olhar pra trás e compreender discograficamente o que você significa para você, inclusive. Mas esse período que você mencionou foi muito complicado, talvez o mais complicado de todos. A gente compôs uns dois discos e jogou fora, porque era ruim, não era a gente. Ou era muito simplório, ou era fraco, sei lá, eram outras coisas. O Boa Parte de Mim Vai Embora poderia também ter sido, numa egotrip equivocada, jogado fora. E não acho ruim, acho um disco bacana, corajoso, que tem um monte de defeitos, mas um disco de personalidade. Foi um momento em que a gente pisou no freio não só porque não queríamos ir tão longe, mas é que a gente não podia ir tão longe, então nos reduzimos ao nosso tamanho, naquele momento. Não tenho vergonha de dizer que foi muito importante olhar para as nossas limitações, e falar: não podemos ser uma banda maior do que somos, porque não somos ainda. Vinham as pessoas e falavam em Semáforo, Cachaça, que eram canções sofisticadas, e também a versão de Caymmi, o álbum, e o conceito… Tá, mas isso são lampejos, não tenho algo que vá me sustentar um álbum, e não vou lançar um até que não tenha. E isso foram longos quatro anos, em um período de vida pessoal em que a gente estava muito mal também,  deprimidos. Semanas sem sair de casa. Foi um período muito ruim. E aquela coisa: na vida, não que você precise se foder para fazer coisas boas, mas se você se fodeu bastante, parece que consegue enxergar coisas que talvez não enxergaria de um lugar muito confortável.

Muito Mais que o Amor - Ao vivo (foto: Roberto Lopes)

Muito Mais que o Amor – Ao vivo (foto: Roberto Lopes)

Vocês acabam de lançar um CD e DVD ao vivo. Como foram as gravações e para quando podemos esperar um trabalho com inéditas?

Esse disco vem em uma sequência de turnê. A gente está fazendo muitos shows. Estava super preocupado, porque a gravação do DVD era em um domingo, e tivemos shows quinta, sexta e sábado. Pensei que minha voz ia estar uma merda. Mas aí vem a parte boa da experiência. A gente fez três shows maravilhosos nos dias anteriores, eu super poupei a voz e estava ótimo. E o dia da gravação foi muito feliz, a gente tocou bem, o público estava lá e foi lindo. É um cenário 360 graus, e as câmeras ficam em volta, atrás das pessoas. Me lembro de tocar cinco músicas e lembrar, “ah, estão gravando”. Sempre me incomodo de me ver no vídeo, e nesse DVD não me incomodo, está muito natural, a gente curtindo e tocando bem. É o Vanguart em seu melhor momento, definitivamente, e com aquele punch de ao vivo que a gente nunca conseguiu exprimir em disco. E foi bom para dar um respiro, porque eu estava no meio do álbum solo, e o pessoal perguntava: e aí, tem música? Não, não tem nada. E de fato, não tinha. Agora que acabou esse processo, estou começando a escrever para o Vanguart, nas nuvens, estou adorando. Já colocamos duas inéditas no show, uma do Reginaldo e outra minha, que é bem estranha, uma música que nunca tinha feito na vida, mais rock-psicodélico-deprê-fantasmagórico. Estou em um momento muito legal, de escrever canção pra banda, já pensando pra frente, e muito feliz de fazer um álbum novo. Não sei o que virá, mas estou muito ansioso por um disco novo do Vanguart e já trabalhando nisso.

Daqui, fica a impressão que vocês se relacionam muito bem com o sul e com o público de Porto Alegre. Queria que você falasse um pouco dessa relação da Vanguart e tua com a cidade.

Porto Alegre sempre foi uma grata surpresa pra gente. Viemos algumas vezes, tocamos no Beco, no Ocidente, aí ficamos uns três ou quatro anos sem vir. Aí um dia a gente veio na Segunda Maluca, no Opinião, em um fim de turnê tenebroso, que deu tudo errado, fiquei gripado, sem voz. Acho que foi o único momento em que pensei seriamente em abandonar tudo. Eu quase não vim para Porto Alegre. Estava todo mundo acabado. Uma turnê muito exaustiva, e era 22 de dezembro e eu queria ir embora. Cheguei a Porto Alegre muito, muito mal. Cheguei no hotel e só consegui dormir 20 minutos antes de passar o som. Pensava que ia ser um fiasco. Foi um dos piores dias da minha vida. Aí entro no Opinião e está tocando a Dingo Bells. Que merda! Eles estão humilhando a gente. Não pode colocar uns caras assim para tocar antes, eles são muito melhores que a gente [risos]! Daí entramos para tocar, e estava lotado, todo mundo cantando tudo, e minha voz foi voltando, e aí percebi que era um dos momentos mais felizes da minha vida. Enfim, essa é só uma memória, que nem explica a minha ligação com Porto Alegre. No outro ano a gente voltou, com o Opinião lotado, e começamos a vir mais, e descobrimos que tínhamos muitos fãs aqui e foi uma coisa muito, muito especial, mesmo. E tudo conspirava, porque eu tenho essa ligação muito forte com Porto Alegre, desde a primeira vez que vi o Wander Wildner, desde a primeira vez que vi o Frank Jorge, o Júpiter nem se fala, é um dos caras que mais me influenciou. Quando descobri o Vitor Ramil minha vida mudou, de novo. E as músicas do Arthur, as milongas dele, e aí a Dingo Bells, a Pública, enfim, mil coisas. Parecia que tudo o que mais me identificava, era daqui. Sou paranaense, mas cresci no Mato Grosso, não tinha uma ligação direta com o Rio Grande do Sul, mas fui me identificando cada vez mais. Gosto muito daqui, me sinto muito em casa. Seria um dos lugares no Brasil que eu moraria.

Chegar aos 30 é tão legal quanto a gente acha que é quando estamos com 15 ou é meio decepcionante?

É a melhor coisa do mundo. Tudo que a gente ganha de barriga, a gente ganha de todo o resto também. Mas é bom e ruim. Suas paranoias vão aumentar, suas obsessões provavelmente vão aumentar, mas a tua experiência, tranqüilidade e maturidade para lidar com essas coisas, aumentam também. Sua necessidade de competir diminui, pelo menos pra mim. Enfim, você descobre que tem que conviver com a vaidade de maneira inevitável, para de se importar com umas coisas que não tem tanta importância. Os 30 foram incríveis pra mim. Acho que nunca estive tão bem, e nunca estive tão mal. E isso é estar bem, né? Acho que quando você está só bem, tem alguma coisa errada.

Adicionar a favoritos link permanente.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *