Resenha | Série ‘Os Defensores’

Luiz Paulo Teló

Finalmente aconteceu o grande encontro dos heróis urbanos da Marvel das séries Netflix. Os Defensores, que já tem todos os seus oito episódios disponíveis na plataforma, reúne Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro contra a ameça do Tentáculo. Comentei AQUI minhas expectativas sobre a série, que eram, basicamente, por uma trama mais direta e menos arrastada, e por cenas de ação com melhores coreografias. Tudo isso evolui, mas a produção ainda deixa a desejar em pontos que, particularmente, não esperava.

Em termos gerais, o arco fecha de forma satisfatória. Tudo que começou na primeira e segunda temporada de Demolidor (Charlie Cox), e teve prosseguimento em Jessica Jones (Krysten Ritter), Luke Cage (Mike Colter) e Punho de Ferro (Finn Jones), de uma forma ou outra se encontra em Defensores. Todas as pontas se encaixam e essa primeira etapa de séries Marvel-Netflix encerra apresentando uma trama convincente e coesa do início ao fim – mesmo que haja problemas aqui e ali.

Ter menos episódios, definitivamente, é uma virtude. Com boa vontade, enxugando algumas barrigas existentes no roteiro, Defensores poderia funcionar até mesmo em seis episódios. Juntos, a química dos quatro heróis funcionam, e como eles se encontram também é uma construção inteligente de um roteiro que segue sendo ingrato com Punho de Ferro.

Danny Rand, o Punho, é uma espécie de fio condutor da série, afinal ele é o inimigo mortal do Tentáculo. Basicamente, ele é um gatilho que faz a trama andar. A produção tem um cuidado todo especial sobre a relação dele com Luke Cage. O jeito como os dois se conhecem é muito legal, e o paralelo entre as experiências de vida de um jovem empresário bilionário em contraste com o homem do gueto é interessante dentro daquele contexto. Mas Danny segue sendo muito repetitivo, falando as mesmas coisas em todos os episódios. Também incomoda como os outros personagens, que vivem em uma NY de Hulk, Thor, etc, debocham do protetor de Kun Lun quando ele conta como ganhou os poderes do Punho de Ferro.

Interação entre Luke Cage Punho de Ferro é bem trabalhada

Em termos de lutas, as cenas estão melhores, com coreografias mais empolgantes, sobretudo em relação às incursões solos de Jessica Jones, Luke e Punho de Ferro. Mas ainda estão abaixo da brutalidade e do impacto de Demolidor. Aliás, o perturbado Matt Murdock segue sendo o melhor personagem deste universo de séries que, visivelmente, se distanciou da trama que corre em paralelo nos cinemas. Isso é bom, dá mais independência às produções.

É em Defensores que finalmente entendemos o tamanho e as intenções do Tentáculo. Em se tratando de vilania, a série tem uma urgência e uma gravidade que faz com que seja inevitável o encontro dos heróis. Alexandra (Sigourney Weaver) e o retorno de Elétrika (Elodie Yung) dão o peso ideal para o confronto. Mas aqui, mais um vez, o roteiro peca. Os vilões acabam tendo falas repetitivas, e as motivações, em muitos momentos, soam confusas – embora isso seja corrigido no ato final.

Por tudo o que representa, pelo encontro inédito e pela coesão que compõe o subúrbio novaiorquino em que atuam, Os Defensores é uma boa série. Repete, é bem verdade, os mesmo problemas das outras produções, mas em uma intensidade bem menor. Assim, também é possível dizer que reúne o que há de bom em cada uma delas. E o melhor é que encerra deixando boas expectativas para a próxima fase das séries Marvel na Netflix.

 

 

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