Obra da escritora Maria Dinorah é celebrada em livro

No ano em que completaria 90 anos, a escritora de literatura infantil Maria Dinorah ganhará um livro para celebrar seu trabalho. É a antologia Maria Dinorah Luz do Prado: Que falta que ela nos faz, organizada por Patrícia Pitta. A sessão de autógrafos está marcada para o dia 18 de dezembro, a partir das 19h, na Livraria Cultura do Bourbon Shopping Country.

O material divide-se em quatro partes apresentadas pelos filhos da autora, responsáveis pela seleção dos textos e de materiais como manuscritos, fotografias do acervo familiar, poemas inéditos e versos livres. A obra é resultado de minuciosa pesquisa realizada por Patrícia Pitta. Mestre e doutora em Teoria da Literatura pela PUC-RS, a pesquisadora contou com o apoio do CNPq, através da concessão da bolsa de pesquisa PDJ, por ocasião de seu pós-doutoramento em Letras. Patrícia valeu-se de documentos do Acervo Maria Dinorah, situado no Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUC-RS (Delfos), e de materiais do acervo da família, em parceria com os herdeiros dos escritos de Maria Dinorah. O resultado são 168 páginas de materiais organizados de acordo com a memória dos filhos da autora. O envolvimento da família na publicação faz com que a obra seja carregada de uma afetividade dificilmente presente em pesquisas acadêmicas do gênero.

Capa_Maria Dinorah_menor

Maria Dinorah foi uma das primeiras figuras a pensar a literatura infantil e infanto-juvenil no Rio Grande do Sul. Iniciou sua vida profissional como professora do ensino básico. Mais tarde, graduou-se em Letras, área em que também obteve o título de mestre. Sua obra é composta por mais de cem livros, predominada por poemas e literatura para crianças e adolescentes. Em 1989, foi a primeira mulher (e uma das quatro únicas) a ser eleita  para o patronato da Feira do Livro de Porto Alegre. Em 1992, conquistou o prêmio Jabuti, na categoria infanto-juvenil.

“Maria Dinorah foi uma pioneira da literatura. Aqueles que vivenciam o mundo literário, principalmente o pensado para a criança no Rio Grande do Sul, são seus devedores. Os esforços da escritora gaúcha pela propagação da obra voltada ao público infantil legaram uma condição de proximidade entre escritor e leitor que permite um maior alcance do texto literário sobre contexto sociocultural. Há, portanto, que se reverenciar sua figura, e a organização de uma obra com seus registros, rascunhos, poemas, aforismos, enfim, suas marcas, foi a forma encontrada para prestar um tributo à memória daquela que redesenhou significativamente o cenário cultural sul-rio-grandense”, explica Patrícia.

Entre seus principais títulos, estão Pinto verde e outras histórias (1973), O macaco preguiçoso e outras histórias (1975), O cata-vento (1980), Barco de sucata (1986), Panela no fogo, barriga vazia (1986), O ontem do amanhã (1988), Guardados de afeto (1990) e Um pai para Vinícius (1995).

 

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