Rafael Guimaraens reconstitui “Caso das Mãos Amarradas” em seu novo livro

Jornais da época cobriram amplamente o caso

Jornais da época cobriram amplamente o caso

Há 50 anos, acontecia em Porto Alegre um dos crimes mais icônicos cometidos pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar. O sargento Manoel Raymundo Soares, um dos líderes do movimento dos sargentos pelas reformas de base do governo de João Goulart, e contra o regime implantado após o golpe de 1964, era preso e morto pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), no que ficou conhecido como o “Caso das Mãos Amarradas”.

É esta história que o jornalista gaúcho Rafael Guimaraens conta em seu novo livro, O Sargento, o Marechal e o Faquir (Libretos, 272 p., 15 x 22 cm, R$35,00). Utilizando uma narrativa de romance político-policial, o autor traça um perfil do personagem, nascido de uma família muito pobre de Belém do Pará, que mudou-se para o Rio de Janeiro para servir ao Exército e que, após o golpe, foi expulso das Forças Armadas.

O livro de Guimaraens, autor de inúmeros trabalhos, em sua maior parte relacionada à preservação da memória da capital gaúcha, como Tragédia da Rua da Praia e A Enchente de 41, aborda toda a investigação policial em torno do assassinato do ex-sargento em agosto de 1966. Seu corpo foi encontrado com as mãos amarradas nas costas, boiando às margens do rio Jacuí. Autodidata, culto, politizado e amante da música clássica, Manoel Raymundo Soares foi detido em uma emboscada, traído pelo ex-faquir Edu Rodrigues, um informante da repressão, quando tentava protestar contra a presença do marechal Castelo Branco em Porto Alegre. Resistiu a dez dias de torturas ininterruptas sem delatar seus companheiros. As investigações responsabilizaram o DOPS gaúcho pelo crime, mas somente 30 anos depois sua viúva conseguiu responsabilizar a União pela morte do sargento.

capa sargento frente Pré-lançamento O Sargento, o Marechal e o Faquir

Dia 11 de agosto, às 19 horas, na Fundação Ecarta – Av João Pessoa, 943.

Haverá um bate-papo com o autor e os convidados Carlos Frederico Guazzelli, advogado, coordenador da Comissão Estadual da Verdade/RS (2012-2014) e Suzana Lisbôa, da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos. Logo após, acontece a sessão de autógrafos.

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