A banda de rock baiana Camisa de Vênus comemora 35 anos, entre indas e vindas, com show em Porto Alegre no próximo dia 29 de maio no Araújo Vianna, mesmo local do primeiro show da banda na cidade em 1984. Após 8 anos do antológico show no Opinião, o grupo retorna à cidade com apenas dois de seus integrantes originais.
Camisa de Vênus em 1983, da esq. para a dir.: Robério Santana (baixo), Karl Hummel (guitarra), Marcelo Nova (vocal), Aldo Machado (bateria) e Gustavo Mullem (guitarra).
Mesmo renegados pela mídia, o Camisa de Vênus tem um dos públicos mais fiéis do país e encontra em Porto Alegre o seu Porto Seguro. Foi aqui, em um passado ainda mais remoto que a banda foi surpreendida por um dos públicos mais esfuziantes de toda a sua carreira. Antes do show do Opinião em 2007, o grupo esteve na cidade primeiro em 84 e depois em 85, quando colocou o tradicionalmente exigente público gaúcho em frenesi dentro de um Gigantinho com 16 mil pessoas.
Estas três passagens do Camisa de Vênus por Porto Alegre foram o suficiente pra provar que chupar bala com papel pode ser muito bom quando quem está na cama com você é a única banda heterossexual do planeta. Na verdade, não importa com quem você bote pra fudê, desde que seja com Camisa de Vênus. Como já dizia Raul Seixas, que trabalhou com Marcelo Nova depois do “fim” do Camisa em 87: “é tudo da lei”.
O Culturíssima tenta explicar agora por que você não pode perder o show do Camisa de Vênus, depois do que viu em 2007. O show de 2007 foi antológico primeiro por que tinha a formação original Marcelo Nova (voz), Gustavo Mullen e Karl Hummel (guitarras) e Robério Santana (baixo). A novidade era Denis Mendes (bateria), substituindo Aldo Machado, que virou pastor evangélico. Como se isso não fosse o suficiente, lá também estava um dos melhores guitarristas do país, o lendário Luiz Carlini da Tutti Frutti, que se juntou ao grupo em 1995, ano da primeira reunião após o fim.
Camisa de Vênus no Opinião em 2007. Em primeiro plano, Luiz Carlini.
O show no Opinião foi uma ode ao rock n’ roll. Assim como o registro histórico feito no CD Viva. O público IN-TEI-RO cantava TO-DAS as músicas do início ao fim. Ao ponto de Marcelo Nova sentar na frente da bateria e mandar o público cantar, como se ele fosse desnecessário. Era mais do que um show de rock, era uma celebração, uma cerimônia.
Em 2007 nos comunicávamos por MSN e Orkut, não havia tanta necessidade de filmar e fotografar um show obsessivamente, não tinha muito lugar pra compartilhar. Além disso, não haviam celulares de tanta qualidade como hoje em dia. Ou seja, as pessoas ASSISTIAM aos shows. Aliás, por melhor que seja a sua câmera, sempre vai ter um profissional para deixar o registro infinitamente melhor e mostrar que você deixou de aproveitar o show para tirar uma foto um tanto quanto ruim. Foi esse público fiel e ABSOLUTAMENTE fanático que “botou pra fudê”.
O show do Camisa de Vênus em Porto Alegre em 2007 tinha uma paixão indescritível. Como diz Marcelo Nova sobre o Viva e o espírito do Camisa de Vênus: “Não tem que explicar. Como é que você vai explicar? Você vai explicar, você vai ouvir o disco. Se você ouvir o disco e achar que aquilo ali poderia ter sido gravado pela elite da MPB ou pela elite do pop rock nacional, então você não sabe o que é rock n’ roll”.
É assim que deve ser o show do Camisa de Vênus no Araújo Vianna em Porto Alegre.
Show do Camisa de Vênus em Porto Alegre – 35 Anos
Sexta-feira, 29 de maio de 2015, às 21 horas no Araújo Vianna
Ingressos entre R$ 50 e R$ 200 disponíveis no local em dias de show, na bilheteria do Teatro do Bourbon Country, pelo telefone 4003.1212 ou pelo site da Ingresso Rápido.
Endereço Araújo Vianna
Avenida Osvaldo Aranha, 685
Parque Farroupilha / Redenção
