Tributo a Nico Nicolaiewsky emociona público e reúne grandes amigos do artista

(foto: Nilton Santolin)

João Rosa

Theatro São Pedro completamente lotado, numa fria sexta de junho foi, mais uma vez, palco para um dos seus mais estimados filhos: Nico Nicolaiewsky. Mas o artista, que sempre foi rodeado de muitos amigos em vida, não estava presente em carne e osso, porém em alma. Num espetáculo-tributo, familiares e grandes amizades do músico, compositor e humorista gaúcho, que nos deixou em fevereiro de 2014 e que no último dia 9 estaria completando 60 anos de idade, fizeram uma grande festa de aniversário para o eterno amigo.

Logo de início, seu eterno parceiro de mais de 30 anos de estrada, Hique Gomes, inicia a noite de grandes e bonitas homenagens relembrando o Tangos & Tragédias, peça extremamente famosa que fez a dupla ser reconhecida pelo Brasil. O tributo teve um tom muito comovente, principalmente quando cada artista que se apresentava, encerrava sua participação musical falando de como conheceu a lenda e soltando no final um “meu amigo Nico”.

Fernanda Takai, uma das mais belas vozes da música brasileira, cantou duas músicas e encerrou dizendo que Nico está lhe “devendo uma erva mate para fazer chimarrão”, porque afinal, ele sempre abastecia o armário dela nas constantes viagens ao Rio de Janeiro. Na sequência, Pedro Veríssimo e sua voz mais suave e ao mesmo tempo profunda, fala com carinho sobre o amigo.

Fernando Pezão e Sílvio Marques, companheiros do homenageado no Musical Saracura, também fizeram-se importantes na noite de grandes homenagens, assim como Cláudio Levitan, Antonio Villeroy, Arthur de Faria, Marcelo Delacroix e Frank Jorge.

No momento que Thedy Corrêa, vocalista do Nenhum de Nós, adentra o palco carregando consigo o raio inspirador de David Bowie no rosto, os olhares do público se atentam, principalmente quando ele resolve contar a história de quando o Nico Nicolaiewsky lhe convidou para tomar um chimarrão no apartamento dele.

Nina Nicolaiewsky canta em tributo ao pai (foto: Nilton Santolin)

Nina Nicolaiewsky também chamou atenção no palco, mas não só pelo seu figurino inspirado na Sbórnia ou por ser filha do aniversariante, mas por carregar consigo um tom de voz refinado, cheio de afinação e suavidade. Uma das últimas atrações, Ernesto Fagundes, canta ao estilo gaudério e relembra a ocasião de quando convidou o amigo para, enfim, conhecer o acampamento farroupilha. Num tom descontraído, Fagundes fala do cheiro de fumaça que Nico ficou ao sair da festividade, além de quando o músico “resolvia assar uma picanha no Bom Fim e enfumaçava o apartamento todo”.

Antes do bis, Hique Gomes toma o microfone e lembra de quando a dupla se preparou para se apresentar em Buenos Aires num festival de tango. Hique leva o público a gargalhadas (como é de praxe) quando comenta que pediram para eles tocaram tango, o que em suma eles não sabiam fazer à risca.

A noite de muitas lembranças termina com todos os artistas no palco, entoando um grande cântico em homenagem a um dos maiores artistas do estado, deixando a plateia tomada de emoção e esperando a grande atração, que por hora deixou de vir – mas não deixou de se fazer presente.

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