Ópera do Malandro, de Chico Buarque, estará em Porto Alegre nos dias 07 e 08 de novembro. Um musical genuinamente brasileiro escrito em 1978, surge na praça mais uma vez para apresentação no Teatro do Bourbon Country, com direção de João Falcão.
A Ópera do Malandro foi inspirado em A Ópera do Mendigo (1728), de John Gay, e em A Ópera dos Três Vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O musical conta a história do contrabandista Max, que casa em segredo com Teresinha, filha de Duran, poderoso dono de bordéis e cabarés da Lapa dos anos 1940.
Nesta versão que estreou no Rio em julho de 2014, o diretor da continuidade a uma antiga pesquisa sua e a uma tradição secular do teatro, a ‘inversão de gêneros’. Com apenas uma atriz na peça, que interpreta um narrador homem, todos os papéis femininos são feitos por atores.
A própria realização da peça é uma continuidade do trabalho feito em Gonzagão – A Lenda. O entrosamento do grupo após longa turnê nacional com mais de cem mil espectadores, fez João querer dar continuidade ao projeto. Se não com a mesma peça, com as mesmas pessoas, incluindo elenco, produção e direção.
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Ainda que bastante fiel ao texto, a concepção de João para o musical é original. Para esta nova montagem, Falcão pinçou músicas do espetáculo original e também do álbum ‘Malandro’, de Chico, e do filme homônimo, dirigido por Ruy Guerra em 1985. No roteiro, as clássicas ‘Folhetim’, ‘Teresinha’, ‘O Meu Amor’, ‘Geni e o Zepelim’ e ‘Pedaço de Mim’ se misturam a canções menos conhecidas do cancioneiro buarqueano, como ‘Sentimental’, ‘Hino da Repressão’ e ‘Uma Canção Desnaturada’.
Ópera do Malandro em Porto Alegre
07 e 08 de novembro | Sábado, 21h, domingo, 19h
Teatro do Bourbon Country – Av. Tulio de Rose, 80
VALORES DOS INGRESSOS
Galerias – R$ 100,00
Mezanino – R$ 120,00
Plateia Alta – R$ 130,00
Camarote – R$ 150,00
Plateia Baixa – R$ 150,00
Ponto de venda sem taxa de conveniência
Bilheteria do Teatro do Bourbon Country
Av. Túlio de Rose, 80 / 301 – Porto Alegre, RS.
De segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo e feriados, das 14h às 20h
Com taxa de conveniência
Ingresso Rápido – Call Center
4003-1212
De segunda a sábado, das 9h às 22h, e domingo, das 12h às 18h.
Ou pelo site: ingressorapido.com.br
Um espetáculo fantástico cujo ponto fraco, lamentavelmente, ficou por conta do Teatro Bourbon. A Ópera do Malandro, encenada pela primeira vez há uns quarenta anos ou mais, obviamente teria em sua plateia pessoas com idade bastante avançada, o que não foi levado em consideração pela Opus. O Teatro Bourbon Coutry não oferece elevadores descentes, além do que o único que possuía estava inoperante. Um descaso total. Inúmeras pessoas de idade com dificuldade para caminhar tinham que enfrentar três ou mais lances de escadas dependendo de onde estivessem.
Não bastasse isso, no Teatro existiam dois míseros banheiros, cada um com dois míseros sanitários, onde as filas se acumulavam num espetáculo de aproximadamente três horas de duração. Com um intervalo de quinze minutos entre um ato e outro, claro que o espetáculo reiniciaria com muita gente ainda se espremendo nas filas dos banheiros. Cenas lamentáveis e inadmissíveis para um grupo tão poderoso quanto o Bourbon e para a Opus, que já devia ter Know-how suficiente, já que é quem monopoliza espetáculos e shows em Porto Alegre.
Finalmente, em relação ao espetáculo (guardei o melhor para o final), que é o que interessa, uma montagem moderna, com um instrumental fantástico, que reinventou as canções do talentoso Chico Buarque de Hollanda. Os aplausos da plateia, amantes ou não de Chico, falam por si. Foram bem mais de cinco minutos ininterruptos de aplauso, com um grito de bis preso na garganta, porque não tinha como ser pedido.
Parabéns a esse elenco fantástico e músicos extraordinários.