Oscar 2018: O Destino de uma Nação, indicado em seis categorias

Oscar 2018: Gary Oldman évive Winston Churchil em “O Destino de uma Nação”

Por João Rosa para o Especial Oscar 2018

O quarto está escuro e o único feixe de luz disponível é da brasa de um charuto que acabara de se ascender e mostrar a cara de um sujeito indefectível. O responsável por isso é Winston Churchil – ou o então recém escolhido para ser o primeiro ministro do Reino Unido em meio a Segunda Guerra Mundial.

Em O Destino de uma Nação, do diretor Joe Wright, um dos maiores personagens do século passado é brilhantemente interpretado por Gary Oldman, da série de atores mais talentosos e multifacetados de sua geração. O filme conta como foram os primeiros 30 dias do governo do político britânico em meio a decisões dificílimas e a desconfiança do seu próprio partido.

O longa resume-se em intermináveis diálogos entre senhores de meia e terceira idade e traz uma das melhores performances de Oldman. Se em Sid & Nancy, Drácula, O Profissional, Minha Amada Imortal e em O Espião que Sabia Demais o britânico, que em março completa 60 anos de vida, já tinha roubado a cena, neste novo trabalho o intérprete capaz de sumir sob a pele de seus personagens, é o número um na corrida a estatueta de Melhor Ator no Oscar 2018, assim com uma maquiagem fantástica que também deve vencer o prêmio na sua respectiva categoria. Além de conseguir encarnar Churchill, a dicção e a postura interpretadas por Oldman são idênticas a do parlamentar.

Quanto a fotografia de O Destino de uma Nação, o diretor Bruno Delbonnel conseguiu mostrar de forma exaustiva os interiores dos bunkers secretos de Churchill, além de sempre destacar a presença de uma iluminação polarizada, mostrando em diversas cenas um lado escuro e claro, bem como apresentar a luz sempre filtrada por poeira ou fumaça. Já o roteiro, peça fundamental para bons filmes, é um tanto quanto pobre, com pouca exploração de personagens e cenas improvisadas. No entanto, o longa é detentor de um design de produção incrível, que retrata muito bem a década de 1940.

O filme têm planos fantásticos, como efeito das bombas atiradas em solo francês, que percorrem um campo que subitamente se transforma no rosto de um soldado morto, além de um menino que usa as mãos como binóculos e mira num avião até este desaparecer.

O Destino de uma Nação está em cartaz nos cinemas e concorre a na premiação do Oscar 2018 em: Melhor Filme, Ator, Fotografia, Design de Produção, Figurino e Maquiagem e Cabelo.

Nota: 7.2

Deve vencer nas categorias: Ator e Maquiagem e Cabelo

João Rosa é jornalista e produtor cultural, tem 27 anos e é apaixonado por cinema. Em 2017, trabalhou na cobertura do Festival de Cinema em Gramado para o Culturíssima e agora assina uma série de textos especiais sobre os filmes indicados ao Oscar 2018. Leia AQUI os outros textos.

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