Resenhas Oscar 2019 | Bohemian Rapsody

Por João Rosa para o Especial Oscar 2019

A tão aguardada cinebiografia do Queen enfim saiu do papel para às telonas. Após recusas de atores como Sacha Baron Cohen (Borat) e Ben Whishaw (Perfume: A História de Um Assassino), Rami Malek (Mr. Robot) aceitou o desafio de interpretar um dos cantores mais queridos e de melhor afinação já vistos no mundo do rock. Bohemian Rapsody, do diretor Bryan Singer (X-Men Apocalipse), que acabou sendo afastado das filmagens devido à problemas de relacionamento com a produção, é considerado por muitos um dos maiores azarões e um verdadeiro campeão – de bilheteria e marketing, ao menos.

O longa traça a trajetória da banda, desde quando Freddie Mercury (Malek) entrou para ser o frontman definitivo do Queen, talvez o grupo musical mais bem aceito mundialmente devido às suas lindas e explosivas canções. Com pouco mais de duas horas de duração, a película muito bem produzida por Brian May e cia, nos apresenta os altos e baixos do vocalista, passando pelos seus amores, grandes hinos, shows e consumo de drogas, praticamente camuflado ao longo da exibição.

Além da omissão quanto a um dos vícios de Mercury, o filme não nos apresenta nada de novo a não ser Rami Malek interpretando fielmente o cantor, mesmo sendo pouco parecido com o mesmo. No entanto, devido ao seu caminhar ereto, as próteses dentárias, o sotaque londrino e o bigode mais famoso do mundo, Rami tem o poder de esquecer sua pouca semelhança com o artista e nos confundir diversas vezes em frente às telas. Uma performance fiel e digna de indicação a Melhor Ator no Oscar 2019.

Em relação a roteiro, tão frágil quanto as emoções de Mercury, o filme peca em diversos momentos com gafes, cronologia de eventos e desfecho de cenas beirando ao mais do mesmo hollywoodiano. Entretanto, as belíssimas canções do Queen, que embalam 90% da trama, conquistam, arrepiam e emocionam, afinal, é o longa sobre a história de uma das maiores bandas de todos os tempos. A banda das multidões nos estádios e salas de cinema – a película foi sucesso de bilheteria onde passou, mas muito devido ao seu poderoso marketing financeiro.

Bohemian Rapsody, após surpreendentemente ter levado Melhor Filme de Drama no Globo de Ouro, concorre no próximo dia 24, no Dolby Theatre, a cinco Oscars.

Nota: 7.0

Concorre nas categorias: Melhor Filme, Ator, Edição, Edição de Som e Mixagem de Som.

Prováveis estatuetas: Edição de Som e Mixagem de Som.

João Rosa é jornalista e produtor cultural, tem 28 anos e é apaixonado por cinema. Em 2017, trabalhou na cobertura do Festival de Cinema em Gramado para o Culturíssima e novamente assina a série de textos especiais sobre os filmes indicados ao Oscar 2019.

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